TPI recusa investigar<br>assassinato de Kahdafi

O Tri­bunal Penal In­ter­na­ci­onal (TPI), com sede em Haia, na Ho­landa, re­cusa-se a in­ves­tigar as cir­cuns­tân­cias da morte de Mu­amar Kah­dafi. O an­tigo líder líbio foi cap­tu­rado vivo por mer­ce­ná­rios ao ser­viço do Con­selho Na­ci­onal de Tran­sição (CNT), em Ou­tubro pas­sado, e exe­cu­tado de­pois de uma série de abusos bru­tais, re­gis­tados em ví­deos feitos pelos pró­prios cap­tores.

O órgão ju­di­cial de­pen­dente da ONU não atende, desta forma, a so­li­ci­tação feita pela filha de Kah­dafi, Aisha, que re­clama uma in­ves­ti­gação pro­funda ao su­ce­dido com o seu pai.

Apesar de se com­pro­meter a apre­sentar, no pró­ximo mês de Maio, ao Con­selho de Se­gu­rança da ONU, um re­la­tório sobre a sua «es­tra­tégia de in­ves­ti­gação aos crimes de guerra co­me­tidos na Líbia, in­cluindo a morte de Kah­dafi», o TPI em­purra para as «au­to­ri­dades na­ci­o­nais lí­bias [CNT]» a res­pon­sa­bi­li­dade pelo apu­ra­mento cabal dos factos ocor­ridos e o seu ul­te­rior jul­ga­mento.

Antes do co­mu­ni­cado do TPI, o juiz Mo­reno-Ocampo ad­mitiu «a exis­tência de sé­rias sus­peitas» de que a morte de Mu­amar Kah­dafi «se tratou de um crime de guerra». As ima­gens que cor­reram mundo não pa­recem deixar dú­vidas senão ao ci­tado pro­cu­rador.

Acresce que o CNT já havia re­cu­sado qual­quer in­ves­ti­gação à morte de Mu­amar Kah­dafi, qua­li­fi­cando-a como uma «pro­vo­cação», isto apesar de ad­mitir que «o as­sas­si­nato não foi pos­sível de im­pedir de­vido à ira dos com­ba­tentes».

 

Lutas in­tes­tinas

 

En­tre­tanto, na Líbia, são cada vez mais evi­dentes os si­nais que dão conta das de­sa­venças entre os grupos que se jun­taram para der­rubar o re­gime líbio. Ainda na se­gunda-feira, 26, os cha­mados ex-re­beldes exi­giram que 40 por cento dos mem­bros do CNT sejam re­cru­tados entre os seus ho­mens.

A auto-in­ti­tu­lada União dos Thowars da Líbia diz re­pre­sentar 60 a 70 por cento do total dos com­ba­tentes, mas o ac­tual pre­si­dente do CNT, Mus­tapha Ab­del­jalil, apenas ad­mite que «sete, oito ou nove» sol­dados passem a in­te­grar o Con­selho, com­posto no total por 50 pes­soas.

Os grupos re­beldes estão for­te­mente ar­mados. Se­gundo o New York Times terão em seu poder ar­ma­mento pe­sado, ma­te­rial ad­qui­rido após os as­saltos aos paióis do exér­cito re­gular líbio. Ainda no início do mês, dois acon­te­ci­mentos re­ve­laram que a posse de ar­ma­mento con­fere aos Thowars uma au­to­ri­dade di­fícil de do­minar no ter­reno.

Dia 11 de De­zembro, o Con­selho Mi­litar do Oeste da Líbia re­cusou-se a de­sarmar os bandos re­beldes que pa­tru­lham a ca­pital, isto apesar dos pro­testos re­a­li­zados nas ruas por cen­tenas de ha­bi­tantes de Tri­poli, que os res­pon­sa­bi­lizam pela ins­ta­lação de um clima de ar­bi­tra­ri­e­dade e in­se­gu­rança, e pelos sa­ques de pro­pri­e­dade pú­blica e pri­vada.

Antes, um grupo de cerca de 150 ofi­ciais de­ser­tores do exér­cito líbio, que se co­lo­caram ao lado dos su­ble­vados du­rante a agressão im­pe­ri­a­lista, ha­viam no­meado Kha­lifa Hiftar como chefe su­premo das novas forças ar­madas.

A sua no­me­ação nunca foi ofi­ci­a­li­zada por ser con­trária às pre­ten­sões de vá­rias fac­ções mer­ce­ná­rias, e no dia 10 de De­zembro foi mesmo alvo de duas ten­ta­tivas de as­sas­si­nato.



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